O projeto vencedor no concurso Re-thinking Shanghai (“re-pensando Xangai”) para SuZhou Creek pelo escritório ohm architekti propõe uma cidade que muda em tempo e espaço e que é constantemente percebida de formas diferentes. Eles criaram um bairro novo e único que está sempre em transformação, onde você pode criar uma loja ou uma casa e ainda ter acesso a todo o espectro dos arredores. As conexões tradicionais foram quebradas e novas conexões temporais foram criadas – formas presentes apenas quando conveniente. Um novo bairro flexível nasce com a estrutura de uma cidade que está em movimento. Mais imagens e descrição dos arquitetos a seguir.
Os homens distorcem a realidade a fim de manter suas “fachadas.” Melhorar nossa imagem nos eleva na escala do imaginário da opinião pública. O acinzentado monótono é coberto por uma fachada sofisticada, fingindo ser especial, mas ainda vazia por dentro. Os campos da monocultura oferecem uma igualdade forçada para todos.
Está na natureza humana moldar seus arredores. Adaptamo-los para atender às nossas necessidades, para identificar. Mas também podemos adotar o entorno como ele é e dar a ele significado. Criamos uma cidade temporal que muda no espaço e no tempo. Usemos a capacidade deste vazio oferecendo habitação. Esta cidade é um resultado de nossa vontade. Não tenhamos medo de usá-la como nunca foi pensada em ser usada.
Fazer aterros no “estilo europeu” é errado para as cidades chinesas. Passeios e cinturões verdes ao longo do rio não atribuem nenhum valor significativo a estes espaços. São espaços que não podem ser usados, um local que você prefere apenas passar já que este não oferece nenhum abrigo ou lugar para sentar. Ele aliena o rio de seu entorno: é um segundo, mais sutil e, portanto, muito mais negligenciado entre as margens dos rios.
Pense em cidades chinesas – elas são reconhecidas por seus espaços públicos. E, no entanto, é isso que as torna cidades verdadeiramente únicas – um espaço público que é realmente usado, até mesmo explorado por muitos. Não de forma planejada, de forma decrescente, mas de um modo espontâneo e pessoal. As pessoas não têm medo de gastar o seu tempo – na verdade isto se deve às necessidades, mas ao longo do tempo se tornou um modo de vida. Não se esqueça desta característica – é muitas vezes invisível ainda que desejada em tantas cidades ao redor do mundo.
O rio tem um potencial. Ele sempre teve e que de fato não é novidade propor que o rio deva ser utilizado. É um vasto espaço aberto no meio de uma cidade densa, mas que pode se tornar um vasto espaço público. De tal forma que permite ser usado de um modo que as ruas não podem ser usadas. Pode servir para o transporte. Aliás, o programa também pode ser transportado. Não se pode transitar facilmente pelo rio por conta própria – este é um fato que não é limitante. Isso significa que grandes objetos podem ser movidos pelo rio, parados ou conectados, acessados das margens. O rio pode se tornar um conector na cidade com sua própria característica.
Assim, podemos reverter a cidade em um espaço onde as pessoas permanecem enquanto o programa chega a elas. Cidades modernas são tão dependentes do tráfego – todos precisam ir a algum lugar ao longo do dia. Aqui temos uma oportunidade única de mudar isto – um programa que pode chegar a seu usuário, e não no outro sentido. Pode-se permanecer em seu bairro e ter um mercado sob sua janela pela manhã ou até mesmo um festival à tarde e uma zona de entretenimento à noite. Pode-se fazer compras, contatar seu governo ou se divertir em um só lugar. E não estará limitado pela seleção – o espaço público é aberto a qualquer um que deseje oferecer seus serviços.